Quando os primeiros imigrantes
italianos se estabeleceram em Arcoverde, então chamada de Linha Boa Vista, no
final do século XIX, trouxeram consigo sua fé. A religião sempre foi, para os
colonos imigrantes, um elemento decisivo para a vida familiar e comunitária
pois era pela confiança em Deus e com muito trabalho que conseguiriam viver
dignamente e superar os desafios do novo mundo. Cada comunidade a seu
modo celebrava sua fé e era a Capela que ocupava o lugar central das pequenas
colônias, era ali que todos reuniam para conversar sobre os trabalhos, a
família, rezar o terço, participar da Santa Missa, enfim, a comunidade
sempre foi o lugar do encontro.
A devoção a Mãe de Deus, sob o título
de Madona delle Grazie, é uma das mais
importantes expressões de fé que a comunidade de Arcoverde tem
para louvar e bendizer a Deus Trindade. A festa que anualmente celebramos
em honra a Mãe das Graças e São Gotardo (cuja devoção foi inserida mais
tarde na comunidade) é uma das manifestações marcante que envolve a
todos, especialmente no serviço, na oração e no trabalho cotidiano.
Para nós católicos, honrar Maria
não é dizer que ela é mais que o próprio Deus e sim queremos dizer que ela nos
ajuda a seguir este Deus que a nós quer bem, olhamos para ela
como aquela que nos aponta para o Cristo e não o contrário. Maria é a Mãe
discreta que nos auxilia no verdadeiro seguimento a este Deus que se revela a
cada um de nós.
É porque temos uma Mãe que
nos aponta para Deus que a honramos e a veneramos como
não sendo mais que Deus, mas como criatura fez-se
serva. "Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim
segundo a tua palavra." (Lc 1, 38).
Miguel Mosena
SEMINARISTA DE TEOLOGIA DA PUC/PORTO ALEGRE