domingo, 27 de setembro de 2020

A VERDADEIRA RELIGIÃO

Imagem: a12.com

Dirigida às autoridades, sacerdotes e anciãos do povo, a parábola do Evangelho de hoje revela quem aceita Jesus e quem o rejeita. Os dois filhos agem de forma diferente daquilo que responderam ao pai: um respondeu “não”, mas depois foi; o outro respondeu “sim”, mas depois não foi. Pergunta desafiadora do Mestre: qual fez a vontade do pai? Resposta das autoridades: aquele que agiu conforme o pai havia pedido.

Religião não é feita só de palavras, mas sobretudo de ação, de vivência, de prática. O papa Francisco adverte sobre “cristãos papagaios”, que só falam em religião, mas não a vivem. Não basta dizer “Senhor, Senhor”, mas é preciso cumprir a vontade do Pai para entrar no Reino. Uma religião que se limite ao cumprimento de rituais e não trilhe o caminho da justiça não leva ao seguimento de Jesus. Diante dessa parábola, poderíamos perguntar: para que serve a religião?

Tradicionalmente, afirma-se que religião quer dizer “religar-se com a divindade”. Essa definição, porém, pode dar a ideia de que ela não deveria se preocupar com o que ocorre no mundo. O Vaticano 2º procurou abrir a Igreja para o mundo e não deixá-la fechada em si mesma. O papa insiste muito nisso. Algumas “frestas nas janelas da instituição se abriram para os ventos do Espírito”, trazendo a Boa-nova do Evangelho. No entanto, não faltam os que tentam fechar essas frestas, considerando-as nocivas.

Na era das imagens, em muitos ambientes há o sério risco de a religiosidade católica se reduzir ao estético: batinas, roupas clericais medievais, correntes, véus… Nada disso parece ajudar a viver o Evangelho da justiça e da transformação. Empenhar-se pelo direito dos pobres, em sintonia com as bem-aventuranças, em alguns círculos soa quase uma ironia.

Jesus diz que “os cobradores de impostos e as prostitutas”, abrindo-se à misericórdia de Deus, precederão, no Reino, aos que vivem de forma farisaica. A parábola de hoje quer nos levar a refletir sobre nossa maneira de viver a religião e a visão que temos do Reino de Deus. Os dois filhos podem representar cada um de nós, que alternamos momentos de compromisso com o projeto de Jesus com momentos de fraqueza, indiferença e até crítica à proposta do Mestre.

Pe. Nilo Luza, ssp

FONTE: https://www.paulus.com.br/portal/o-domingo/a-verdadeira-religiao - Acesso em 27/09/20 



 


segunda-feira, 21 de setembro de 2020

BÍBLIA: ABRE TUA MÃO PARA O TEU IRMÃO

Estamos em setembro, e no Brasil já é uma tradição que este mês seja lembrado como o “Mês da Bíblia”. Setembro foi escolhido pelos Bispos do Brasil como o Mês da Bíblia em razão da festa de São Jerônimo, celebrada no dia 30.

São Jerônimo, que viveu entre 340 e 420, foi o secretário do Papa Dâmaso e por ele encarregado de revisar a tradução latina da Sagrada Escritura. Essa versão latina feita por esse santo recebeu o nome de Vulgata, que, em latim, significa “popular” e o seu trabalho é referência nas traduções da Bíblia até os nossos dias.

Ao celebrar o Mês da Bíblia, a Igreja nos convida a conhecer mais a fundo a Palavra de Deus, a amá-la cada vez mais e a fazer dela, a cada dia, uma leitura meditada e rezada. É essencial ao discípulo missionário o contato com a Palavra de Deus para ficar solidamente firmado em Cristo e poder testemunhá-Lo no mundo presente, tão necessitado de Sua presença.

Para o ano de 2020 a CNBB escolheu o livro do Deuteronômio para leitura, estudo e reflexão.

FONTE:https://anec.org.br/acao/mes-da-biblia/- Acesso em 21/09/20


quarta-feira, 16 de setembro de 2020

FESTEIROS 2020 DIVULGAM PROGRAMAÇÃO

     Após acertarem os últimos detalhes, os Festeiros 2020 divulgaram a programação da Homenagem à padroeira Nossa Senhora das Graças e São Gotardo para o próximo dia 18 de outubro.




 


segunda-feira, 7 de setembro de 2020

MÊS DA BÍBLIA

       O mês de setembro tornou-se referência para o estudo e a contemplação da Palavra de Deus, tornando-se em todo o Brasil, desde 1971, o Mês da Bíblia. Desde o Concílio Vaticano II, convocado em dezembro de 1961, pelo papa João XXIII, a Bíblia ocupou espaço privilegiado na família, nos círculos bíblicos, na catequese, nos grupos de reflexão, nas comunidades eclesiais.

            “Já são quase 50 anos que temos essa tradição de dedicar um mês para o estudo mais aprofundado da Palavra de Deus, então é extremamente importante que as comunidades se deixem reunir e experimentar a Palavra de Deus. A Bíblia é para nós a Palavra de Deus revelada, a forma que Ele dialoga continuamente conosco na história”, afirma irmã Izabel Patuzzo, assessora da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB.

            Este ano, 2020, a Igreja no Brasil comemora o Mês da Bíblia, em sintonia com a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fundamentando-se no livro do Deuteronômio, com o lema “Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11). É um livro rico em reflexões morais e éticas, com leis para regular as relações com Deus e com o próximo. Destaca-se no Deuteronômio a preocupação de promover a justiça, a solidariedade com os pobres, o órfão, a viúva e o estrangeiro. São leis humanitárias encontradas também no Código da Aliança (Ex 20-23).

FONTE: https://www.cnbb.org.br Acesso em 06/09/20


domingo, 6 de setembro de 2020

REUNIÃO COM FESTEIROS

     No último dia 02/09 às 19h30, os Festeiros 2020 reuniram-se com o pároco Roberto e vigário Lucivan, para juntos planejarem a Homenagem aos padroeiros.

      A tradicional festa de maio foi suspensa devido a pandemia e optou-se em organizar uma homenagem no próximo dia 18 de outubro. Em breve estaremos postando as decisões tomadas.




quinta-feira, 3 de setembro de 2020

A MÍSTICA DA ESPERANÇA

                                                            “A criação abriga a esperança”. Rm.8,20

          Estamos vivenciando um tempo difícil, de muitos desafios devido a pandemia. Como Cristãos, temos o dever de dar respostas convincentes, razões de nossa fé. Através de nossos bons exemplos e de nossa criatividade, Deus sempre nos proporciona esta atitude de re-fazermos e de redescobrir-nos a graça que está dentro de cada ser humano. O dom da Esperança. Desde o começo da criação, Deus nos deu esta brilhante vocação. Precisamos cuidar da vida, pois sem ela não há esperança, e sem esperança não haverá vida. Sendo assim, somos convidados pela história atual a intensificar, aprimorar e voltar inteiramente ao nosso primeiro amor: o nosso Bom Deus.

Em outras palavras, precisamos voltar a fonte onde a vida se faz e se refaz constantemente, constituindo assim uma Espiritualidade renovada e fortalecida, que nos possibilita a enfrentar os reveses da vida. Jesus é a fonte desta água viva. Lembrando uma passagem bíblica, em que narra a história de uma mulher da Samaria, conhecida pelo encontro que teve com Jesus, próximo a um poço. "Porém aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será Nele uma fonte, a jorrar para a vida eterna".Jo 4:14. Sentir e saborear a presença amorosa do encontro definitivo com Jesus é fundamental. Cada pessoa deve fazer esta experiência de colocar-se na presença de Jesus, e neste diálogo expressar seus sentimentos com humildade e pequenez: “dai-me de beber”! (Re) abastecidos, confiantes e corajosos faremos toda e qualquer travessia.

Creio que este tempo em que estamos vivenciando, é oportuno para experimentar, para viver, para amadurecer a fé. Ouvir e escutar mais a voz do coração, é preciso exercitar. Viver a fundo uma espiritualidade Cristã. Ter presente que o sinônimo de espiritualidade é a interioridade. Se formos estudar na linha do tempo da tradição da Igreja, nos apresenta a espiritualidade como esta interiorização. Citamos Santo Agostinho, na sua experiência profunda de Deus, ele dizia: “Não sai para fora de ti, retorna a ti mesmo. Porque a verdade habita no interior”. Para ele, rezar é entrar dentro de nós. Porque é dentro de nós que Deus habita.  O nosso “santuário interior”.

Para São João da Cruz, espiritualidade seria “o esvaziarmos da vida, e começarmos uma realidade nova dentro de nós”. Para São João Crisóstomo, “a oração, o diálogo com Deus, é um bem incomparável, porque nos põe em comunhão intima com Deus”.

Na sagrada escritura, os evangelistas nos apresentam frequentemente Jesus rezando solitariamente no silêncio da noite, no auto das montanhas, no deserto, longe das pessoas, nas margens do mar, enfim. ELE também tinha esta necessidade de manter este contínuo diálogo com Deus. Há um autor chamado Cardeal José Tolentino Mendonça, que diz: “Quer sentir a espiritualidade, fecha as portas dos teus sentidos e procura Deus no teu profundo”.

Realmente a vida interior é uma vida profunda, tensa, complexa, também rica. Penso que a vida exterior é uma vida epidérmica superficial. Às vezes é uma vida fútil, vida vazia e muitas vezes sem sentido. Observamos globalmente muitas relações desumanas. Precisamos cultivar a Fé, pois, o cerne da fé é escutar a palavra, a voz de Deus, para depois realizá-la em nossa vida. Este binômio conhecido por todos nós, fé e vida, são inseparáveis. Santo Inácio de Loyola nos deixou esta frase lapidar: “Em tudo amar e servir”. Por que Deus é o amor. 1Jo.4,8

O próprio Jesus nos deu o mandamento bíblico de amar o próximo, acrescentando o novo mandamento: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amo”.  Ele é o “verbo que se fez carne”, exemplo a seguir. ELE possui a fisionomia humana. O evangelho é a concretude humana. Com a prática de Jesus aprendemos a amar e somos amados. Salientando que o amor desperta a esperança. O documento de Puebla ratifica que a autêntica proposta de encontro com Cristo se estabelece no fundamento “Trindade-Amor”. Afinal, todo ser humano foi criado com esta capacidade de criar, de aprimorar e de viver relações de fraternidade e de solidariedade. Somos uma só família.

Recorrendo à filosofia e à teologia, ambas nos ajudam a pensar, nos apresentam uma antropologia humanística integrada. Não há separação entre corpo e alma, entre o mundo interior e o mundo exterior. É no nosso corpo que a espiritualidade se manifesta. Assim construímos a espiritualidade na realidade do nosso tempo presente. A vida se faz neste processo de construção, é o grande laboratório de nossa fé.

É notório que, para desenvolver-se, o ser humano precisa tanto da interioridade como da exterioridade, tanto de meditação quanto na ação, tanto de conhecer a si mesmo como de ir ao encontro dos outros. Foi expresso pelo filósofo Henri Bergson: “O corpo aumentado espera um suplemento de alma e a mecânica exigiria uma mística”.

            Segundo o Teólogo José Antônio Pagola, em sua obra “JESUS Aproximação Histórica (p. 566): “A primeira coisa e a mais decisiva é esta: pôr Jesus no centro do cristianismo. Ele é o melhor que temos na Igreja. O melhor que podemos oferecer e comunicar ao mundo de hoje”. Devemos ter presente de fato que a ressurreição de Jesus é para nós a razão última e a força diária de nossa esperança.

Podemos concluir que a Mística da Esperança é um grande potencial humano, isto é, um “dom de Deus”, que precisa ser alimentada na oração para iluminar nosso agir. Reencantando o mundo nas possibilidades e nos desafios. Intensificando e apoiando-se nos gestos de amor-caridade, amor-fraternidade ao nosso próximo. Sendo, pois, como um valor-farol de nossa missão.

Segundo o Papa Francisco, nos tempos atuais, devemos motivar-nos a “primeirizar” o amor como vida, como conduta e como missão nesta terra. A cada dia de nossas vidas, devemos acolher a súplica do Apostolo Paulo: “a deixarmo-nos reconciliar com Deus”.2Cor 5,20. Permitir-se ouvir: “Vinde Benditos de meu Pai”. Mt.25,34.

 

Pe. Roberto C. Favero

Carlos Barbosa, 28 de agosto de 2020

Festa de Santo Agostinho