quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

2015: O ANO DA PAZ



 
A presença de Deus na terra dos homens é anunciada com uma exclamação e desejo de paz: “Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra, paz aos que são do seu agrado” (Lc 2,14).
 Paz é o que desejam e pedem todas as pessoas de “boa vontade”. A paz é bem precioso, porém frágil e delicado. Há sinais preocupantes em nossa realidade nacional que exigem reflexão, oração, diálogo e decisão. Há de fato de se perguntar por que tanta violência, presente em todos os estratos da sociedade? Uma possível razão dessa situação nos oferece o Papa Francisco: “Os ídolos do domínio e do poder deterioram as relações, arruínam a harmonia a ser construída com humildade serviçal e disposição maternal. Os conflitos, a violência, a indiferença diante da morte nascem do fascínio do domínio e do poder”.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil promove em 2015 o Ano da Paz. Há, certamente, quem se pergunte: “É possível percorrer o caminho da paz? Podemos sair desta espiral de dor e de morte? Podemos aprender de novo a caminhar e percorrer o caminho da paz?”.
A resposta à pergunta não é fácil. No entanto, através do engajamento de pessoas de “boa vontade”, poder-se-á favorecer o surgimento e a consolidação de iniciativas verdadeiramente marcadas pelo desejo de salvaguardar e promover a vida humana: uma vida digna, justa, em paz com Deus, com a natureza e com os irmãos e irmãs. Assim, a tão deseja e querida paz será possível para todos.
É urgente fomentar a cultura da paz. Ela se tornará realidade quando houver vigorosa decisão em favor de uma educação para crianças, adolescentes e jovens orientada por valores, virtudes, ética. A educação dessa parcela preciosa da sociedade não pode estar sujeita a opções e decisões de alguns poucos. É imprescindível participar de perto da vida cotidiana das unidades de ensino, ou ver a situação e a condição de tantos e tantas que ainda acreditam na força e dignidade da educação. A educação não pode estar orientada somente para o mercado de trabalho! Faz-se urgente atenção para com o humano. Faz-se necessário, ainda uma vez, recordar que a família estável é lugar privilegiado de fomento do humano e promoção da cultura da paz.
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre
FONTE:www.cnbb.org.br/artigos-dos-bispos