Nos
três anos do ciclo litúrgico, o quarto domingo da Páscoa traz um trecho do
capítulo 10 do Evangelho de João, apresentando-nos Jesus, o Bom Pastor. Esse
capítulo tem seu fundamento em Ezequiel 34, que fala da triste situação em que
o povo se encontrava, abandonado pelas autoridades – os pastores da época.
Neste
Ano A, o trecho proposto acentua o simbolismo da porta. Jesus se apresenta como
a “porta das ovelhas”. A imagem da porta reúne dois aspectos importantes:
segurança e liberdade. Porta trancada pode denotar certa segurança para quem
está dentro da casa. Quando aberta, ela possibilita sair em liberdade. Por um
lado, o Mestre, ao se identificar como a porta, garante a liberdade às pessoas,
para que possam fazer a própria escolha; por outro, seguindo seus passos e sua
mensagem, tem-se a segurança de estar no rumo certo.
Jesus
traz proposta de vida plena e, ao mesmo tempo, respeita a liberdade de cada um.
Ele dispõe-se a acolher a todos os que querem fazer parte de sua caminhada.
Convida a entrar pela porta – que é ele – e não percorrer outros circuitos,
marcados por interesses nem sempre honrados; ao contrário, podem ser interesses
escusos que buscam manipular e explorar, desencadeando caminhos que levam à
morte. Quem passa por essa porta encontrará alimento salutar, vida plena e
abundante; tudo de que necessita para ter dignidade: “Eu vim para que tenham
vida e vida em abundância”.
“Ladrões
e assaltantes” são também os maus pastores, que enganam o povo e frustram suas
esperanças. O critério básico para distinguir o “bom pastor” do “mau pastor” é
a defesa da vida do povo. Entrar pela porta significa agir como Jesus agiu:
estar do lado dos empobrecidos, servindo-os em suas necessidades, e não se
servindo deles. Quem entra pelo caminho aberto por Jesus e vive o seu evangelho
é verdadeiro pastor, alimenta as esperanças do povo e não o explora, visando à
busca egoísta de vantagens pessoais.
Pe.
Nilo Luza, ssp
FONTE:
https://www.paulus.com.br/portal/o-domingo/Acesso em 03/05/20
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