quinta-feira, 11 de junho de 2020

UM CORPUS CHRISTI DIFERENTE


         A Solenidade de Corpus Christi de 2020, sofreu mudanças ocasionadas pelo coronavírus. A tradicional confecção de tapetes, a presença de muitos fiéis vindos das comunidades da paróquia e procissão foram substituídos por uma missa com público reduzido transmitida pelos alto-falantes da torre e uma pequena adoração ao Santíssimo na matriz. A celebração foi presidida pelo vigário paroquial Lucivan Francieski. Está sendo organizada uma campanha de doação de alimentos não perecíveis, roupas e cobertores. Quem desejar doar pode levar suas doações até a matriz durante todo o mês de junho.

            A seguir, síntese da homilia proferida pelo padre Lucivan:


            Neste dia revisitamos a noite em que o Senhor foi entregue na Quinta-feira santa. Na véspera da Paixão, durante a última ceia com seus discípulos, ele deixou o memorial permanente de sua presença, pão e vinho. Aquele pão partido e entregue, é sinal de seu corpo ofertado em sacrifício na cruz. Aquele vinho bebido pelos discípulos, é sinal de seu sangue derramado na cruz. Corpo e Sangue, todo o seu ser entregues por amor à humanidade. É um pedido: não se esqueçam de mim e de minha morte. Fazei isto em memória de mim.

            Jesus deixa pão e vinho não apenas como recordação, mas como presença real. O pão é corpo e o vinho é sangue. O dia de hoje é uma demonstração pública de nossa fé na presença real de Cristo ressuscitado na Eucaristia. Aqui está o motivo das belas procissões e seus tapetes, que não faremos este ano e o caminhar dará lugar ao silenciar, parar, ajoelhar.

            A Eucaristia é adorada. Venerar tem o sentido não apenas de render culto e respeito, mas adorar. Este pão descido do Céu, veio para nos dar vida plena, é o próprio Deus que se fez carne e se fez pão. É o pão que nos é dado como alimento. Por isso o adoramos, nos ajoelhamos diante dele.

            Na missa cada gesto tem um significado. Ao caminharmos em procissão para receber a Eucaristia, somos peregrinos e precisamos caminhar no ritmo dos irmãos. A Eucaristia é o espaço no qual esquecemos as diferenças. Temos um único ideal: Cristo. Ele se oferece gratuitamente como alimento, sustento.

            O comungar recebendo a Eucaristia nas mãos é uma tradição antiga da Igreja. Cada vez que comungamos é uma oportunidade de professarmos a nossa fé na Eucaristia. Por isso dizemos: amém. Ao comungar colocamos a mão direita debaixo da esquerda, fazemos um trono para receber o rei da nossa vida. Ele faz morada em nós. Depois de comungar nos recolhemos em adoração. Mas nos espera em cada igreja onde há sacrário. Ele deseja nos ver, nos receber em adoração. Não esqueçamos disso.