A esmola vem em primeiro lugar. Portanto, o primeiro compromisso do
cristão é com o próximo. Esmola não é apenas dar algumas moedinhas aos que
perambulam nas ruas de nossas cidades, para aliviar nossa consciência. Em
grego, a palavra “esmola” tem a mesma origem de “misericórdia” e “compaixão”.
Nesse sentido, quando vemos um pobre sofrendo, deveríamos sentir a mesma dor
que ele está sentindo e “colocar as mãos no bolso” para socorrer suas
necessidades.
A oração estabelece nossa relação com Deus. Jesus nos pede uma oração
despojada de pretensões e de muito palavrório, sem alarde nem hipocrisia. Uma
oração que corresponda à nossa vivência cotidiana e passe pela esmola, nosso
compromisso com o próximo.
O jejum nos confronta diretamente, convidando-nos a renunciar a algo
que consideramos importante, a abrir a mente para novos horizontes, nos quais
descobrimos pessoas despojadas de tudo, em jejum permanente. O jejum é um
exercício de educação dos próprios instintos e paixões que também passa pela
esmola: jejuo para proporcionar algo ao que sobrevive com quase nada.
Jesus dá novo sentido a essas antigas
práticas. O Mestre propõe que não sejam fingidas, mas autênticas, como nos
lembra o lema da Campanha da Fraternidade deste ano: “Dai-lhes vós mesmos de
comer” (Mt 14,16).
Pe. Nilo Luza, ssp
FONTE: https://www.paulus.com.br/portal/o-domingo/22-de-fevereiro-quarta-feira-de-cinzas
IMAGEM: https://www.vaticannews.va