A
morte é a sina de todo vivente. Somos mortais. Morreremos inevitavelmente.
Sabemos disso, à sociedade. Nossa vida é muito frágil! Desconhecido nos é
apenas o modo e incógnita, a hora em que ocorrerá a nossa morte.
Ela
é algo natural; é parte integrante da existência humana. Contudo, representa um
enorme desafio acolher tal fenômeno com naturalidade. Ela nos angustia, pois a
vida traz as marcas do desejo de conhecer, construir, experimentar, amar e ser
amado.
A
esperança de uma vida para além da morte tem suas próprias razões, frágeis como
grãos de mostarda e improváveis, mas plausíveis e resistentes o bastante para
abrigarem às suas sombras, a nossa alma (Mc
4, 31-32). (...)
Para
os que creem a vida não é tirada, mas transformada! Deus em sua infinita
prodigalidade, Amor absoluto, é nossa origem e derradeiro fim. Se nós somos uma
expressão de seu amor, seremos conservados na sua intimidade. Assim o cremos.
E, se Deus existe, a nossa vida é eterna! (...)
Na
esperança, todo sofrimento é suportável e só a certeza de um novo encontro pode
aliviar a dor e enxugar as lágrimas de um adeus. Deus existe, assegura-nos
Jesus Cristo, não como o indecifrável enigma do universo, mas como um infinito
mistério de amor. Dele saímos e só nele estaremos um dia, definitivamente, em
nossa morada.
Dom
Jaime Spengler - Arcebispo de Porto Alegre/RS
Fonte: Folheto Litúrgico O DIA DO SENHOR nº 3053 – Finados/02/11/23