quarta-feira, 1 de novembro de 2023

FINADOS

A morte é a sina de todo vivente. Somos mortais. Morreremos inevitavelmente. Sabemos disso, à sociedade. Nossa vida é muito frágil! Desconhecido nos é apenas o modo e incógnita, a hora em que ocorrerá a nossa morte.

Ela é algo natural; é parte integrante da existência humana. Contudo, representa um enorme desafio acolher tal fenômeno com naturalidade. Ela nos angustia, pois a vida traz as marcas do desejo de conhecer, construir, experimentar, amar e ser amado.

A esperança de uma vida para além da morte tem suas próprias razões, frágeis como grãos de mostarda e improváveis, mas plausíveis e resistentes o bastante para abrigarem às suas sombras, a nossa alma (Mc 4, 31-32). (...)

Para os que creem a vida não é tirada, mas transformada! Deus em sua infinita prodigalidade, Amor absoluto, é nossa origem e derradeiro fim. Se nós somos uma expressão de seu amor, seremos conservados na sua intimidade. Assim o cremos. E, se Deus existe, a nossa vida é eterna! (...)

Na esperança, todo sofrimento é suportável e só a certeza de um novo encontro pode aliviar a dor e enxugar as lágrimas de um adeus. Deus existe, assegura-nos Jesus Cristo, não como o indecifrável enigma do universo, mas como um infinito mistério de amor. Dele saímos e só nele estaremos um dia, definitivamente, em nossa morada.

Dom Jaime Spengler - Arcebispo de Porto Alegre/RS

 Fonte: Folheto Litúrgico O DIA DO SENHOR nº 3053 – Finados/02/11/23