O evangelho
narra a visita dos pastores à criança recém-nascida. Chegando a Belém, eles
contemplaram aquilo que o anjo do Senhor lhes havia anunciado: um menino
deitado numa manjedoura, acompanhado pelos pais.
Às vezes nos
fixamos na ideia de um Deus majestoso e todo-poderoso, e eis que o encontramos
na ternura de um menino indefeso e alojado numa manjedoura, já que não havia
lugar para ele na hospedaria. A manjedoura é o primeiro lugar onde Deus
encontra repouso e acolhida. Essa verdade nos leva a repensar nossa busca de
Deus e a imagem que habitualmente fazemos dele: onde o buscamos e como o
imaginamos? O relato evangélico nos lança o convite a voltar sempre o olhar
para Belém, a fim de não esquecermos a imagem com que nosso Deus se deu a
conhecer à humanidade.
A mãe de
Deus também guardava todos os acontecimentos e os meditava no coração. Da mesma
forma que ela, nós não raro ficamos pensativos sobre os planos divinos. A
atitude de Maria nos leva a refletir sobre como Deus se revela na história e
como ele espera que façamos nossa parte para conhecer seus desígnios.
Os pastores,
pessoas pouco honradas e desprezadas, são os primeiros a ir ao encontro da criança
e anunciá-la ao mundo. Os orgulhosos e os autossuficientes não conseguem
entender essa mensagem tão simples, deixada por um Deus amoroso e
misericordioso. Em geral, os pobres têm o coração mais aberto e acolhedor do
que aqueles que vivem na autossuficiência. Para acolher a Deus, é absolutamente
necessário ao ser humano despojar-se da própria arrogância.
A solenidade
de hoje possa nos inspirar com o exemplo de Maria e dos pastores, de modo que
saibamos guardar e meditar no coração o projeto do Pai, a fim de compreendê-lo
sempre mais profundamente e torná-lo realidade em nossa vida por meio de um
testemunho humilde e fiel.
Pe. Nilo
Luza, ssp
https://www.paulus.com.br/portal/o-domingo/ir-ao-encontro-de-jesus - Acesso 01/01/20