A liturgia desta celebração nos ajuda na
compreensão do papel que Pedro e Paulo desempenharam nas primeiras comunidades
cristãs e do que estava na origem disso. Da mesma forma, mostra-nos qual
caminho devemos percorrer se quisermos nos assemelhar a eles no seguimento de
Jesus.
A voz de Paulo faz-se ouvir hoje por meio do texto
da segunda carta a Timóteo. São palavras muito fortes e tocantes que nos falam
de alguém que se entregou sem reservas a uma missão e se vê, então, merecedor
do prêmio reservado àqueles que lutam sem desistir nem desanimar. Paulo tem
consciência de que sua vida está próxima do fim e, fazendo uma retrospectiva, constata
que combateu o bom combate, terminou sua carreira e guardou a fé. Foram muitas
as dificuldades enfrentadas por ele durante seu ministério, mas nada foi capaz
de fazê-lo esmorecer ou deixar-se vencer.
O próprio apóstolo diz a que se deve essa fortaleza:
Deus esteve sempre ao seu lado, dando-lhe força. Sua missão de anunciar o
Evangelho aos pagãos lhe havia sido confiada pelo próprio Deus e, por isso,
sabia que não lhe faltaria a força divina para sustentá-lo.
O encontro com o Cristo ressuscitado a caminho de
Damasco fez que Paulo compreendesse aquilo que ouvimos dos lábios de Pedro no
texto do Evangelho: Jesus era, de fato, o Cristo, o Filho de Deus. Essa
convicção iluminou o caminho e a missão dos apóstolos, mesmo que cada um tenha
desenvolvido essa missão de modo bastante diverso. Como o próprio Paulo viria a
dizer, Pedro deveria cuidar dos cristãos vindos do judaísmo, enquanto ele
próprio deveria dirigir-se aos que chegavam do paganismo.
Temos aí duas dimensões irrenunciáveis do ser da
Igreja: a unidade e a missionariedade. Peçamos ao Senhor a graça de sermos
comunidades unidas no amor e, ao mesmo tempo, abertas ao anúncio do Evangelho
de Cristo a todos os povos e de todas as formas possíveis.
Manoel Gomes Filho, ssp
FONTE: https://www.paulus.com.br/portal/o-domingo-palavra/ Acesso: 04/07/21
IMAGEM: Arquidiocese de São Paulo