Iniciamos mais um ano litúrgico. Do mesmo modo que festejamos a entrada de um novo ano civil, poderíamos celebrar, entre as pessoas de fé, a entrada de um novo ano em que viveremos tudo novamente. Será como uma espiral em que passamos pelos mesmos lugares, só que sempre de um modo mais profundo que a vez anterior. Assim viveremos novamente o ciclo de Natal, o de Páscoa, etc. Passaremos sobre as mesmas comemorações, só que de um modo mais profundo que os anteriores.
O Evangelho,
extraído de Lucas 21, 25-28, 34-36, Jesus fala de sua segunda vinda e que será
no dia a dia que Deus virá ao nosso encontro. O tempo que ora iniciamos
objetiva nossa preparação para o encontro definitivo com Cristo.
Nestes dois
anos de pandemia tivemos a dolorosa realidade de vermos tantas pessoas queridas
desaparecerem e nem mesmo uma cerimônia de despedida foi possível. Pior, até a
visita ao doente foi radicalmente impossibilitada para que ninguém fosse portador
do vírus para si ou para quem estava fora o ambiente hospitalar. Quantas
pessoas queridas, próximas partiram, ou melhor, despareceram e ponto final.
Tivemos de trabalhar nosso luto de um modo terrível! Também chegará minha vez
de desaparecer, talvez não de modo trágico como aconteceu com pessoas tão
próximas, mas desaparecerei da face da terra. Por isso é importante que
estejamos preparados para esse momento que eternizará nossa existência. Podemos
tirar várias lições das perdas neste tempo de pandemia: ela leva profissionais
excelentes, médicos, artistas, advogados, padres, comediantes, etc. Sejam
excelentes ou medíocres, sejam novos ou idosos, religiosos ou não. Pais,
filhos, provedores de família, arrimos. Ela não escolhe!
O advento
nos sugere mudanças de vida, mudanças para melhor! Serenidade, atenção,
carinho, solicitude, atitudes equilibradas e justas, tudo que compõem o homem
novo, feito à imagem de Cristo. E neste aprendizado em ser Homem Novo, segundo
o coração de Cristo, a liturgia nos apresenta como segunda leitura, a 1ª Carta
aos Tessalonicenses 3, 12-4,2 em que a orientação é dada para aqueles que
desejam progredir no amor e no serviço ao outro, a exemplo de Cristo.
Finalmente,
a primeira leitura, Jeremias 33, 14-16 declara "O Senhor é a nossa
justiça", ou seja, o Senhor virá defender o direito dos pobres!
Padre Cesar Augusto Santos, SJ – Vatican News