Para Francisco, a
sinodalidade, o caminhar juntos é uma vocação fundamental para a Igreja e é
preciso acautelar-se da mentalidade que separa sacerdotes e leigos,
considerando protagonistas os primeiros e executores os segundos. “Toda a
Igreja é comunidade evangelizadora.”
A palavra
“vocação: não se refere apenas àqueles
que seguem o Senhor pelo caminho de uma consagração específica, pois todos
somos chamados a participar na missão de Cristo de reunir a humanidade dispersa
e reconciliá-la com Deus.
Francisco comparou a vocação ao trabalho de um escultor, ou melhor, do "Escultor divino" que, com as suas "mãos", nos faz sair de nós mesmos, para que se delineie em nós a obra-prima que somos chamados a ser. E citou uma frase atribuída a Michelangelo Buonarroti: “No interior de cada bloco de pedra, há uma estátua, cabendo ao escultor a tarefa de a descobrir”.
Assim Deus nos vê,
explicou ele: naquela jovem de Nazaré, viu a Mãe de Deus; no pescador Simão,
viu Pedro, a rocha sobre a qual podia construir a sua Igreja. Esta é a dinâmica
de cada vocação: somos alcançados pelo olhar de Deus, que nos chama, e não é
uma experiência extraordinária reservada a poucos.
Em cada um de nós,
Deus vê potencialidades, às vezes ignoradas por nós mesmos, e atua a fim de as
podermos colocar ao serviço do bem comum.
“A nossa vida muda quando acolhemos este olhar”, escreve o Papa. Tudo se torna um diálogo vocacional entre nós e o Senhor, que, se vivido em profundidade, nos faz tornar cada vez mais aquilo que somos e abraçar a vocação ao sacerdócio, à vida consagrada ou ao matrimônio.
FONTE:https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-05