sexta-feira, 5 de agosto de 2022

A VOCAÇÃO E O 'ESCULTOR DIVINO'

 

Para Francisco, a sinodalidade, o caminhar juntos é uma vocação fundamental para a Igreja e é preciso acautelar-se da mentalidade que separa sacerdotes e leigos, considerando protagonistas os primeiros e executores os segundos. “Toda a Igreja é comunidade evangelizadora.”

A palavra “vocação:  não se refere apenas àqueles que seguem o Senhor pelo caminho de uma consagração específica, pois todos somos chamados a participar na missão de Cristo de reunir a humanidade dispersa e reconciliá-la com Deus.

Francisco comparou a vocação ao trabalho de um escultor, ou melhor, do "Escultor divino" que, com as suas "mãos", nos faz sair de nós mesmos, para que se delineie em nós a obra-prima que somos chamados a ser. E citou uma frase atribuída a Michelangelo Buonarroti: “No interior de cada bloco de pedra, há uma estátua, cabendo ao escultor a tarefa de a descobrir”.

Assim Deus nos vê, explicou ele: naquela jovem de Nazaré, viu a Mãe de Deus; no pescador Simão, viu Pedro, a rocha sobre a qual podia construir a sua Igreja. Esta é a dinâmica de cada vocação: somos alcançados pelo olhar de Deus, que nos chama, e não é uma experiência extraordinária reservada a poucos.

Em cada um de nós, Deus vê potencialidades, às vezes ignoradas por nós mesmos, e atua a fim de as podermos colocar ao serviço do bem comum.

“A nossa vida muda quando acolhemos este olhar”, escreve o Papa. Tudo se torna um diálogo vocacional entre nós e o Senhor, que, se vivido em profundidade, nos faz tornar cada vez mais aquilo que somos e abraçar a vocação ao sacerdócio, à vida consagrada ou ao matrimônio. 

FONTE:https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-05