João,
o precursor, dispõe-se a preparar os caminhos do Senhor. Ele é a primeira
testemunha de Jesus, com a palavra e o dom de vida. Jamais chamou a atenção
sobre si, mas preocupou-se tão somente em indicar aquele que haveria de vir:
“não sou digno de me abaixar para desamarrar as correias de suas sandálias” (v.
7), tendo em vista fazer com que “ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30).
O testemunho de João Batista pode servir-nos de espelho. Na expectativa de Jesus, que vem inaugurar um tempo de salvação, está em aberto o convite para passar pelo processo de arrependimento e conversão. Em tempos de tantos desafios que atingem nossa existência, o período litúrgico do Advento favorece quem se dispõe a intensificar os passos no seguimento de Jesus, do jeito dele.
Preparar o Natal implica um empenho pessoal e comunitário para eliminar os males que promovem as gritantes desigualdades sociais, de modo que, assim, façamos a experiência viva do Salvador, que vem a nós.
A alegria cristã consiste em descentralizar-se de si, pondo Jesus no centro. Eis aí o dinamismo do amor, que leva a pessoa a sair de si em favor do próximo, a começar do mais necessitado! João percorreu longo caminho para testemunhar Jesus. Retirou-se para o deserto, despojando-se do supérfluo e tornando-se livre, a fim de ser alcançado pelo sopro renovador do Espírito. Sua alegria, que consistia em orientar as pessoas para Jesus, seja um exemplo a ser reproduzido também por nós. Eis o sentido do Advento!
Pe. Darci Luiz Marin, ssp