segunda-feira, 7 de novembro de 2016

CONSERVAÇÃO DAS CINZAS APÓS CREMAÇÃO



     Orientações sobre a cremação para os católicos
     A Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano publicou no último dia 25 de outubro a Instrução Ad resurgendum cum Christo (Para ressuscitar com Cristo) sobre o valor da sepultura para os cristãos, alertando da proibição, para os católicos, de espalhar as cinzas da cremação e insistindo sobre a necessidade de conservá-las nos cemitérios ou locais sagrados.

     A intenção é recordar que desde 1963 a Igreja Católica deixa aos fiéis a liberdade de escolher a cremação de seu próprio corpo, embora prefira a antiga tradição cristã do sepultamento. Contudo, a Doutrina da Fé alerta que “para evitar qualquer tipo de equívoco panteísta, naturalista ou niilista, não seja permitida a dispersão das cinzas no ar, na terra ou na água ou, ainda, em qualquer outro lugar”. O documento também exclui a possibilidade da conservação das cinzas “sob a forma de recordação comemorativa em peças de joalharia ou em outros objetos” e em casa, salvo em “circunstâncias graves e excepcionais”.

    Sobre a conservação das cinzas, a Instrução ensina que “as cinzas do defunto devem ser conservadas, por norma, num lugar sagrado, isto é, no cemitério ou, se for o caso, numa igreja ou num lugar especialmente dedicado a esse fim”, como são os columbários existentes em crematórios. Todas essas normas têm como objetivo evitar o “risco de afastar os defuntos da oração e da recordação dos parentes e da comunidade cristã”. Também opõe-se a “práticas inconvenientes ou supersticiosas” que são totalmente estranhas à autêntica tradição católica. E isso inclui esclarecer algumas concepções não compatíveis como cristianismo como o “aniquilamento definitivo”, a “fusão com a Mãe natureza”, uma “etapa no processo da reencarnação” ou a “libertação definitiva da ‘prisão’ do corpo”.

     Diante do descaso com a memória dos antepassados, muitos se esquecem de rezar pelos familiares defuntos. Por isso a Igreja sugere destacar um lugar sagrado para guardar os restos mortais ou as cinzas dos mortos que favoreça “a memória e a oração pelos defuntos da parte dos seus familiares e de toda a comunidade cristã”. É de grande estima para os cristãos o local de sepultura de seus mártires e santos. As catacumbas romanas e o sepulcro de muitos santos são ainda hoje motivo de colocar o ser humano em peregrinação. Por isso, a Instrução destaca que a Igreja continua a preferir a sepultura dos corpos uma vez que assim se evidencia uma estima maior pelos defuntos; todavia, a cremação não é proibida, “a não ser que tenha sido preferida por razões contrárias à doutrina cristã”.

FONTE: http://www.arquidiocesepoa.org.br/dom-leomar-brustolin-2