domingo, 22 de novembro de 2020

SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO

Juízo Final

Depois de uma vida sobre a terra, depois do anúncio feito por Jesus de que Deus é nosso Pai e de que todos os habitantes da terra são irmãos, - depois  do Mestre ter anunciado  a  vocação de fraternidade e de ter promulgado as bem-aventuranças, depois do Senhor ter lavado os pés dos discípulos, depois do Redentor ter morrido na cruz e ressuscitado, depois do Ressuscitado ter feito o envio de seus apóstolos a anunciarem o Evangelho, pregarem a conversão e o batismo, - todos  aqueles  que  responderam  sim  aos  apelos amorosos de Deus,  apesar  das  diversas  dificuldades,  serão acolhidos na Casa do Pai.

Como podemos apreender da atitude de Jesus, o Homem por excelência, o que conta para ser acolhido na felicidade eterna é e será sempre nossa atitude, não apenas de solidariedade, mas de fraternidade, ou seja, um passo a mais no relacionamento com o outro.

Ele não é apenas alguém com quem divido o pão, o teto e os sentimentos, mas é alguém que tenho como da mesma família, da mesma origem, a quem estou unido por laços de afeto. No Livro de Ezequiel, 1ª leitura, Deus se apresenta como o Pastor, aquele que procura a ovelha perdida, reconduz a extraviada, cura a ferida, fortalece a doente e alimenta todas.

Esse discurso é dirigido aos judeus que estão procurando se recuperar da destruição feita pelo poder babilônico e esse mesmo povo se encontra agora oprimido também por judeus mais espertos que não têm escrúpulos de explorar seus compatriotas.  Esse discurso é o alento de Deus ao pobres e aos oprimidos. No Evangelho, Mateus nos diz que as obras de misericórdia são a resposta que Deus espera de nós em meio a uma situação de desgraças e infelicidades. É com pessoas que as praticam que o Senhor se identifica.

O amor a Deus está intimamente ligado ao amor ao próximo. A verdadeira religião leva ao outro. A vida de alguém será considerada bem sucedida não pelos filhos que tenha gerado, nem pelos títulos acadêmicos que possa ter obtido, e muito menos pela riqueza que possuir.

Uma vida realizada será assim considerada por Deus se a pessoa lutou por um mundo justo e fraterno, se empregou seu tempo, seus conhecimentos, sua saúde para eliminar situações em que seus irmãos se sentiam marginalizados e se não foram nem cúmplices e nem coniventes com as opressões.

Cristo é Rei e Senhor porque na luta contra o mal venceu a tentação do acúmulo, da abundância e do prestígio.

Padre César Augusto – Vatican News

FONTE: https://www.vaticannews.va/ - Acesso em 22/11/20