PÃO PARTILHADO É PÃO ABENÇOADO
A devoção ao Santíssimo Sacramento nasceu por volta
de 1200. Mais tarde, apareceu a missa de Corpus Christi, cuja celebração se
tornou obrigatória para toda a cristandade por ordem do papa Urbano 4º (1264).
Por volta de 1320, o papa João 22 propôs a procissão do Santíssimo pelas ruas e
caminhos.
A solenidade do Corpo e Sangue de Cristo é momento
propício para recordar a última ceia de Jesus com seus discípulos. Jesus, nessa
ceia, deixou-nos como testamento o dom da entrega de sua vida nos sinais do pão
e do vinho. Ele se doa a si mesmo, sua própria pessoa, como alimento que
fortalece a vida e a caminhada do povo.
Isso nos leva a refletir que, além desse corpo,
presença de Cristo, há outros corpos que representam a presença dele: o corpo
de cada irmão e irmã que partilham da mesma ceia e da mesma fé. Desrespeitar o
corpo do ser humano, imagem de Deus, é agredir o próprio corpo de Cristo. A
corporeidade do outro é sacramento de Jesus. O Cristo que comemos e bebemos na
eucaristia é o mesmo que está presente na pessoa do outro. Isso implica dedicar
também respeito e cuidado ao corpo de qualquer
ser humano.
ser humano.
O corpo e sangue de Cristo é o alimento que nos
sustenta na vida cristã. Se temos necessidade desse alimento, devemos lembrar
que o ser humano, toda pessoa, necessita também do alimento que sustenta a vida
biológica. Sem comida a pessoa não vive. Portanto, respeitar o corpo do outro é
também desejar-lhe comida necessária. Todos somos responsáveis pelo sustento do
outro: governo e sociedade civil. O governo com suas políticas públicas, e a
sociedade civil com a partilha e a não concentração dos bens e riquezas. A mesa
jamais é para uma pessoa só, ela deve ser lugar para todos. O pão sobre a mesa
é para ser partido e partilhado com todo ser humano.
Pe. Nilo Luza, ssp
FONTE: O DOMINGO, Semanário Litúrgico Catequético 26/05/16 Editora Paulus